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Sustentabilidade corporativa

Enquanto a “Ecoeficiência” marcou o início do entendimento do mundo dos negócios sobre o conceito do Desenvolvimento Sustentável, essa relação começou a se tomar mais robusta em 1994, quando John Elkington escreveu seu célebre artigo “Towards the Sustainable Corporation: Win-Win-Win Business Strategies for Sustainable Development” onde o termo “Triple Bottom Line” (TBL) apareceu pela primeira vez. 


De forma simplificada, Elkington afirmava que a “saúde” de uma empresa não pode ser avaliada tendo como parâmetro somente o lucro, e propôs uma nova forma de avaliação que considerava também os impactos das operações da empresa no meio ambiente e nas pessoas. A partir desse momento, uma empresa bem sucedida passou a ser vista como uma empresa sustentável, ou seja, uma empresa que, além de lucrativa, gerenciava também os impactos que causava ao meio ambiente e às pessoas. 


Livro "Canibais com Garfo, de John Elkington
Livro "Canibais com Garfo, de John Elkington

Enquanto a Ecoeficiência propunha uma conciliação entre ganhos financeiros e ambientais, o “Triple Bottom Line” introduz a dimensão das pessoas e nascia assim as três dimensões da sustentabilidade corporativa: People, Planet and Profit ou, em Português, Pessoas, Planeta e Lucro. Esse conceito foi posteriormente aprofundado em seu livro intitulado “Cannibals With Forks: Triple Bottom Line of 21st Century Business”, lançado em 1997.



A partir desse momento, as empresas passaram a ter um Framework que poderia ser utilizado simultaneamente para estruturar suas ações e medir seu desempenho em sustentabilidade corporativa, o que acabou por influenciar sobremaneira a elaboração das principais estruturas utilizadas na elaboração de relatórios de sustentabilidade, tal como o modelo proposto pelo GRI (Global Reporting Initiative). 


É interessante notar que representações gráficas das dimensões “Pessoas, Planeta e Lucro” interagindo entre si passaram a ser tratadas como sinônimo de Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável (DS), o que é um erro conceitual.  Isso porque enquanto a Sustentabilidade (que a essa altura já havia virado sinônimo DS) lida com questões mais abrangentes e políticas, como a geração e distribuição de renda e o combate à pobreza, o TBL foca no universo da iniciativa privada, ou seja, das práticas empresariais, sendo que John Elkington nunca escreveu ou deu uma declaração afirmando que esses termos e conceitos eram sinônimos. Naturalmente, há uma obvia relação entre eles, onde podemos imaginar que o TBL seja o caminho a ser seguido pelas empresas na busca por um modelo de desenvolvimento econômico preconizado pelo conceito do DS. 

A sustentabilidade como a interseção entre as dimensões "Pessoas", "Planeta" e "Lucro".
A sustentabilidade como a interseção entre as dimensões "Pessoas", "Planeta" e "Lucro".

A despeito dessa confusão conceitual ter se espalhado e ser até hoje amplamente adotada, o “Triple Bottom Line” é uma pedra angular e se constitui na fundação sobre a qual o conceito ESG (Environmental, Social and Governance) foi construído, sendo John Elkington uma lenda viva e considerado o “Pai” da sustentabilidade empresarial.



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