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Economia Circular

Se você leu os conceitos anteriores, já deve ter percebido que o conceito de Economia Circular (EC) já vinha sendo “gestado” desde o final da década de 80 por meio, entre outros, de conceitos como a Ecologia Industrial, da Engenharia do Ciclo de Vida (ECV) do início da década de 90 e com a Iniciativa do Ciclo de Vida (Life Cycle Initiative) e o livro Cradle to Cradle (C2C) do início dos anos 2000. No entanto, foi somente com o surgimento da Fundação Ellen MacArthur em 2010 que começamos a falar amplamente em Economia Circular (EC) e seu impacto nos sistemas de produção e consumo. 


Em 2013 essa instituição lançou a publicação “Towards the circular economy Vol. 1: an economic and business rationale for an accelerated transition”, até hoje considerada um marco na história da EC. É nessa publicação que se encontrar a afirmação que a EC é baseada em três princípios orientados pelo design: eliminar resíduos e poluição, circular produtos e materiais (no seu valor mais alto) e regenerar a natureza. 


É também nessa publicação que encontramos o famoso “Diagrama da Borboleta”, onde os fluxos dos materiais utilizados pela humanidade são divididos em duas grandes categorias (renováveis e não renováveis) e diferentes estratégias de fim de vida são apresentadas para cada um deles.

Essa ênfase no fechamento do ciclo de materiais nos remete ao conceito de Ecologia Industrial definido em 1989 Robert Frosch e Nicholas Gallopoulos, que também consideravam os fluxos de energia e estabeleciam um paralelo entre o funcionamento dos sistemas produtivos e os ecossistemas naturais. 


Também não podemos deixar de mencionar que a definição de EC da Fundação Ellen MacArthur foi fortemente influenciada pelo trabalho de William McDonough e Michael Braungart, que em 2002 publicaram o livro “Cradle to Cradle: Remaking the Way We Make Things”.


Ainda que o conceito de EC difundido pela Fundação Ellen MacArthur não tenha trazido nada de novo em termos científicos, a habilidade de sua fundadora, Ellen MacArthur, em apresentar essa abordagem como a nova forma do capitalismo fez com que todas as grandes organizações passassem a adotar a EC em sua agenda corporativa e, por consequência, influenciou também o mundo acadêmico, que passou a orientar suas atividades em busca de sinergia com a nova “palavra da moda”. 


Prova de sua maestria em “vender seu peixe” é que a publicação “Towards the circular economy Vol. 1: an economic and business rationale for an accelerated transition” foi lançada justamente durante o Fórum Econômico Mundial, em sua edição de 2013 e desde então “Economia Circular” passou a ser um conceito amplamente conhecido. 


Colocando todas as peças juntas, podemos afirmar que a Economia Circular propõe uma forma de produzir e consumir orientada pelo design e que visa eliminar impactos ambientais durante o desenvolvimento dos produtos,  separar e gerenciar os fluxo de materiais contidos nos produtos, separando-os em compostáveis (que podem ser absorvidos pela natureza) e recicláveis (que podem retornar para o fluxo produtivo) sempre com o intuito de manter o valor original do produto em seu mais alto nível possível (por exemplo, reaproveitar um sofá mantém mais o valor desse produto do que vender os materiais que o compõem para reciclagem). 


Ao estabelecermos um sistema dessa natureza (ciclo fechado) reduzimos a quantidade de matérias-primas extraídas e a quantidade de dejetos industriais lançados na natureza permitindo, assim, que os ecossistemas possam se regenerar, o que não acontece com o sistema atual (linear), cuja intensidade com que consome recursos naturais excede a capacidade de suporte da terra. 

A popularização da noção de um sistema linear versus um sistema circular é também mérito da Fundação Ellen MacArthur, que desde que iniciou suas atividades vem promovendo abordagens setoriais (agricultura, plástico, moda, etc.) e produzindo conteúdos e informações que se tornaram referência mundial quando se fala em EC.


Em relação à indústria da moda, a Fundação Ellen MacArthur propôs uma visão para uma moda circular e produziu uma série de publicações específicas para o setor. Você pode conhecer tanto essa visão como acessar os materiais relacionados nesse link:  



É interessante notar que o conceito de EC não aborda a questão ou a dimensão social, sendo, assim, mais próxima, conceitualmente, da Ecoeficiência do que de Sustentabilidade corporativa. 




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