Shein tenta convencer Europeus de que se preocupa com a circularidade
Ofensiva da gigante chinesa de ultra fast fashion ocorre em meio à tentativa de abertura de capital na Bolsa de Londres.
A Shein, gigante chinesa do setor de ultra fast fashion, após desistir de abrir seu capital na Bolsa de Nova York, agora concentra seus esforços em um IPO (Initial Public Offering) em Londres. Nesse contexto, a empresa prometeu, no início de julho, lançar um fundo de investimento de €250 milhões voltado para jovens designers de moda ingleses e europeus, além de iniciativas de circularidade focadas na reciclagem de materiais têxteis.
Nos últimos anos, a Shein tem sido alvo de críticas intensas relacionadas a questões trabalhistas em sua cadeia de suprimentos, segurança de produtos, violações de direitos autorais e impacto ambiental.
Essas alegações têm dificultado suas ambições de crescimento, como evidenciado pela tentativa frustrada de IPO na Bolsa de Nova York.
Para agravar ainda mais a situação, a Europa vive uma verdadeira revolução em seu arcabouço legal e normativo, com foco em combater o fast fashion. A nova legislação europeia, apoiada pela indústria local, reclama que essas regras não se aplicam a empresas de fora, como a Shein. Além disso, há uma forte pressão para promover a isonomia da carga tributária, atualmente menor para produtores estrangeiros, uma situação que também foi recentemente observada no Brasil.
Apesar de Donald Tang, presidente executivo da Shein, afirmar que compliance e circularidade são as principais prioridades da empresa, há um enorme ceticismo em relação ao fundo de investimento de €250 milhões anunciado. Muitos questionam se essas promessas são apenas uma tentativa de desviar a atenção das críticas e evitar regulamentações mais severas.
E quem não se lembra das promessas da Shein de produzir no Brasil para escapar de uma maior tributação? A semelhança com a situação atual na Europa não é mera coincidência.
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